Olha a si mesmo nos olhos e percebe que falta alguma coisa. Não se enxerga ali.
O problema não é cabelo que você cortou ou a barba que deixou crescer. Nem é o uniforme de trabalho que não diz nada sobre a sua personalidade. Nem mesmo as suas novas opiniões sobre a vida ou sobre as pessoas.
O problema não é algo em você que tenha mudado. Talvez o problema seja justamente o que não mudou.
Algo ali, na imagem refletida me é estranho. Algo ali, que eu não consigo identificar muito bem não é o que deveria ser.
Talvez o que eu estranhe no meu reflexo seja a distância que ainda existe entre quem eu sou e quem eu quero ser.
E hoje, quando me estranhei no espelho, respirei fundo e olhei pra mim mesma tentando enxergar a realidade, tentando aceitar que a estranha no espelho sou eu sim, e que as minhas imperfeições não me devem ser estranhas.
Hoje, quando eu me estranhei no espelho assumi um compromisso comigo de me aceitar assim, humana e imperfeita.
E se eu descumprir a promessa, que seja, tento de novo, talvez eu precise me estranhar no espelho mais uma vez.
O que eu não posso esquecer é que a pessoa no espelho é só um reflexo e que a vida, aqui fora do espelho, me exige lidar passo a passo com as imperfeições que me incomodaram na imagem refletida.
Porque me estranhei no espelho me obriguei a encarar a realidade da vida. E pelas imperfeições que enxerguei me comprometi a continuar passo a passo: imperfeita e humana.
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